“O destino das nações depende daquilo e de como as pessoas se alimentam” (Brillat-Savarin, 1825).

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Dietas Low Carb: benefícios e consequências


        Hoje, finalmente vamos falar de dietas aqui no blog!! 
Principais alimentos da Dieta Low Carb.
Atualmente muito se fala de diversas dietas milagrosas que fazem perder peso... é dieta da Lua,  dieta das frutas, dietas da sopa, dieta das proteínas, e  entre tantas outras  também temos  as Dietas Low Carb!
            Dieta Low Carb é a dieta de baixo carboidrato recomendada para quem quer emagrecer e perder gordura. Consiste em reduzir os carboidratos e aumentar o consumo de proteínas. A regra básica é: limitar os carboidratos!
            Já vimos no post de carboidratos que ele é a fonte primária de energia do organismo e que o seu excesso é estocado em forma de glicogênio e triglicerídeos nos adipócitos (as gordurinhas!). Assim, reduzindo a principal fonte de energia da alimentação, ao atingir baixos níveis de glicose, para manutenção da homeostase o organismo ativa a gliconeogênese, processo de formação de glicose a partir de proteínas, lipídeos e triglicerídeos, o que faz com que o indivíduo emagreça.
            Mas como será que o nosso corpo reage com essa 'ideia' de tirar dele sua fonte primária de energia? Será que é tudo tão simples assim? Então vamos ver os prós e contras da Dieta Low Carb.

Benefícios:
Os carboidratos, quando ingeridos em maiores quantidades ou em proporções maiores, principalmente de carboidratos simples, levam a um aumento rápido de açúcar no sangue, que estimula o pâncreas a liberar insulina para reduzir as concentrações de açúcar no sangue sinalizando para as células dos tecidos muscular e adiposo captarem e transportá-lo para dentro dos tecidos, acumulando as gordurinhas.
Nas dietas com baixa quantidade de carboidratos, esse processo será reduzido, pois não será liberada grandes quantidades de insulina, o que faz que a dieta seja benéfica também aos diabéticos.
Outro aspecto bastante positivo é que a dieta low carb dá muita atenção ao índice glicêmico. Se o alimento tem esse índice baixo ou moderado, pode entrar na dieta. Pães, massas e biscoitos integrais, carnes, nozes, legumes, frutas cítricas e verduras são alguns itens permitidos. Esses alimentos dão maior saciedade, desse modo a pessoa na vai ficar “beliscando” alimentos toda hora.
O baixo estoque de Carboidratos potencializa a queima de gordura, o que provoca o rápido emagrecimento. No entanto, potencializa também a queima de proteínas, e é aí que vem as desvantagens.

Desvantagens:
Ao reduzir o consumo de carboidratos é necessário aumentar o consumo de proteínas. Ao manter um alto consumo de proteínas de qualidade, os alimentos ricos em proteínas também são ricos em gorduras saturadas, o que não é bom para a saúde.
Outro problema típico em dietas de baixas calorias é que a pessoa normalmente perde mais músculos do que gordura. Isso reduz o metabolismo, fazendo com que logo depois de perder peso, o indivíduo facilmente ganha tudo de volta.
E outro aspecto bastante desvantajoso se dá no processo de degradação das proteínas, pois ao degradar proteínas, o organismo precisa “dar um fim” na amônia produzida, uma vez que ela é tóxica. Para isso, a amônia será transportada ao fígado onde vai entrar no Ciclo da uréia (abordado no post de metabolismo de proteínas) e finalmente ser excretada pelos rins na forma de uréia.
Em baixos níveis de carboidratos no organismo, essas reações serão potencializadas, sobrecarregando o fígado e os rins, sendo desvantajoso para o organismo.
A pergunta agora é: posso ou não fazer essa dieta?
      Na verdade, esses tipos de dieta, em sua grande maioria não atendem aos requisitos exigidos de uma alimentação saudável para manutenção da saúde.  Uma dieta deve atender ao padrão alimentar nutricional adequado, além de ser acompanhada de uma reeducação alimentar e da prática de exercícios físicos, fundamental na estratégia de redução de peso. Portanto antes de iniciar uma dieta é importante procurar orientações de um profissional qualificado para tal... já sabem de quem estou falando né? Do nutricionista, é claro!


Walkyria Paula


Fontes:

www.hipertrofia.org/forum/.../23484-conheca-a-dieta-low-carb/ acesso em: 15 de junho de 2012.
 
Brasil. Ministério da Saúde: Guia alimentar para a população brasileira : promovendo a alimentação saudável – Brasília : Ministério da Saúde, 2008. p.23.
 
TIRAPEGUI, Julio. 
Nutrição: fundamentos e aspectos atuais. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2006.


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Doença Celíaca

        A doença celíaca é um distúrbio auto-imune provocado pelo glúten (gliadina e glutenina), ou seja, uma intolerância à alimentos que contenham tal proteína, como aveia, trigo, cevada, centeio e outros que possuam tais cereais na sua composição.



         
         Não há um grupo especifico de pessoas que possuam tal condição, porém, há a predisposição genética como fator crucial também. Pode-se manifestar de forma muito evidente em crianças de até 3 anos, que é quando ocorre a introdução de glúten na dieta, mas, lembrando que não há idade para apresentar tal doença.
         Os sintomas apresentados são diarréia crônica, anorexia, vômito, náusea, flatulência, distensão abdominal, baixo ganho de peso e estatura, com o risco de grave desnutrição caso o diagnostico demore a ser feito. Entretanto, há sintomas que não estão relacionados ao trato intestinal como a dermatite, osteoporose e osteopenia, anemia ferropriva sem resposta ao uso oral de ferro e hepatite pelo aumento de enzimas hepáticas. O grau de intensidade desses sintomas depende da quantidade de glúten ingerida.
         Ao ingerir as proteínas gliadina ou prolamina (vindas do trigo) e outras semelhantes, esses conjuntos de aminoácidos modificam-se quando entram em contato com o organismo, provocando no sistema imunitário reações, que refletem em inflamações intestinais. A partir dessas inflamações, a parede do intestino delgado com vilosidades fica mais achatada, reduzindo a capacidade de absorção dos nutrientes essenciais para o corpo, causando agravamentos para a saúde.


               
               






           Muitas vezes a DC pode ser assintomática por muito tempo, já que a variação de sintomas é grande. Assim, é recomendado que um determinado grupo de pessoas que é mais vulnerável à obtenção de tal distúrbio se submeter à exames de triagem, pois pacientes celíacos que tardam a ser diagnosticados podem sofrer graves complicações como linfoma de intestino e osteoporose.
            O grupo de pacientes com maior vulnerabilidade é composto por:
- portadores de diabetes mellitus
-portadores de tiroidite autoimune
-portadores de síndrome de Down, Turner e de Williams
-parentes de 1º grau de celíacos
            Esses pacientes devem fazer os exames de triagem entre 3 e 4 anos de idade, sendo que tenham uma dieta com glúten há, no mínimo, 1 ano.
            Quem nunca ouviu falar de triagem antes? Então, esses exames são usados para identificar pessoas com uma doença que ainda é assintomática ou que estão inseridas num grupo de risco. Então, os testes utilizados são sorológicos e testes genéticos de triagem, juntamente com uma biopsia intestinal.
Os testes sorológicos procuram anticorpos comum a DC, como:
- anticorpos antiendomisio (EMA): menos sensível e mais demorado do que o tTg, porém mais específico para a doença celíaca. Entretanto, a partir da imunofluorescencia indireta o operador interpreta o resultado, tornando o teste extremamente subjetivo, diferente do teste ELISA de tTG.
- anticorpos anti-transglutaminase tecidual (tTG): feito pelo teste ELISA, tem sensibilidade maior do que 90% e grande especificidade, com porucos resultados positivo falsos.
- anticorpos antigliadina (AGA):  não é suficientemente sensível  ou especifico, porém é útil em crianças de até 18 meses, já que os testes de tTg e EMA podem produzir resultados falsos.
            A Associação Americana de Gastroenterologia recomenda começar a bateria de exames pelo teste de tTG e para resultados mais específicos, o paciente deve ter uma dieta contendo glúten.         
            A doença celíaca é permanente e não possui tratamento. Assim, o celíaco deve manter uma dieta sem glúten a fim de evitar transtornos intestinais, por exemplo. 




bibliografia: 



      Thaís Fernandes da Câmara

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Fenilcetonúria (PKU)


Você sabe ou já ouviu falar sobre a Fenilcetonúria? É normal que muitas pessoas não conheçam sobre essa doença de nome estranho, afinal a incidência de casos atualmente é de aproximadamente 1:10.000!! E é sobre ela que vamos falar hoje!
         A fenilcetonúria é uma dos erros mais comuns no metabolismo de aminoácidos, que envolve diretamente a fenilalanina e a tirosina.
Para que você possa entender melhor, vou falar um pouco sobre esses aminoácidos:
Fenilalanina
Tirosina
A fenilalanina (Phe) é um aminoácido essencial, ou seja, não é produzido por nosso organismo, logo só pode ser adquirido por meio da dieta. É fundamental na formação da tirosina, um aminoácido condicionalmente essencial, ou seja, o organismo consegue produzir desde que tenha o substrato e as condições necessárias. É importante na produção de dopamina, melanina e proteínas teciduais. No entanto para que ocorra a formação de tirosina a partir de Phe é necessária uma enzima: a fenilalanina hidroxilase.
         A fenilcetonúria ocorre devido a uma mutação no cromossomo 13, que resulta na deficiência da enzima Fenilalanina hidroxilase, responsável pela conversão de fenilalanina em tirosina.  Assim essa incapacidade de metabolização, gera uma redução da tirosina e acúmulo de fenilalanina que provoca sérias conseqüências.
         Existem três tipos de fenilcetonúria, cuja classificação leva em consideração os níveis toleráveis de Phe no organismo:
Fenilcetonúria clássica: quando a atividade da enzima fenilalanina hidroxilase é praticamente inexistente (atividade inferior a 1%) e, conseqüentemente, os níveis plasmáticos encontrados de Phe são superiores a 20 mg/dl.
Fenilcetonúria leve: quando a atividade da enzima é de 1 a 3% e os níveis plasmáticos de Phe encontram-se entre 10 mg/dl e 20  mg/dl.
hiperfenilalninemia transitória ou permanente: quando a atividade enzimática é superior a 3% e os níveis de FAL encontram-se entre 4 mg/dl e 10 mg/dl; esta situação é considerada benigna, não ocasionando qualquer sintomatologia clínica.




A fenilalanina em excesso, e seus catabólitos, têm efeito tóxico ao sistema nervoso central, interferem na síntese protéica cerebral e mielinização, diminuem a formação de serotonina. Essas alterações determinam a perda de funções, especialmente da capacidade intelectual do fenicetonúrico. Por isso é muito importante que a doença seja detectada o mais precoce possível para evitar graves falhas na formação intelectual do indivíduo. Assim normalmente o diagnóstico é feito em até  no máximo sete dias de vida, no teste do pezinho.
O diagnóstico será abordado aqui, assim como o tratamento e outros detalhes da PKU em outros post. Não percam!


Walkyria Paula

Fontes:

MIRA Nádia VM e Ursula M Lanfer Marquez: Importância do diagnóstico e tratamento da fenilcetonúria. Rev. Saúde Pública. V 34(1), 2000.

http://dtr2001.saude.gov.br/sas/dsra/protocolos/do_f20_01.pdf, acesso em 05 de junho de 2012.

 


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Metabolismo de Ferro - Introdução

O ferro é um elemento chave no metabolismo dos organismos vivos, pois ele participa de diversos processos metabólicos importantes, tais como a fosforilação oxidativa, fotossíntese, ciclo de krebs e síntese de DNA. Ele também faz parte do grupo HEME, que é o local ativo de transporte de elétrons nos citrocromos e na captação de oxigênio pela hemoglobina.
Apesar de ele ser um elemento muito abundante no meio ambiente, ele é relativamente indisponível para os organismos vivos. Por este motivo esses organismos o guardam como um tesouro, possuindo um mecanismo de reciclagem muito eficiente.
Os adultos possuem cerca de 4 g de ferro no seu organismo, sendo que 60 a 70% estão envolvidos na produção de hemoglobina, incorporados a algumas enzimas respiratórias (citocromos), no desenvolvimento de células precursoras eritoides e nas hemácias maduras, sendo esse Fe classificado como ferro funcional. O restante do Fe é classificado como reserva ou não-essencial (30 a 40 % do total). Esse tipo de ferro pode ser encontrado nos estoque de ferro do organismo, como ferritina e a hemossiderina, além de estar presente na transferrina (principal transportador de ferro).
O ferro não possui uma via de excreção que regule o seu metabolismo. Dessa forma quase todo ferro no nosso organismo é reutilizado.


A produção de células vermelhas demanda uma grande quantidade de ferro (30 mg de Fe/dia). Essa necessidade é suprida pela degradação de hemácias senescentes (hemácias velhas) pelas células do sistema reticuloendotelial do baço e células de Kupffer no fígado. Isso significa que grande parte do ferro é reciclada por causa da reutilização desse micronutriente que estava presente nas hemácias que foram degradadas.
Apesar de haver essa reciclagem de ferro pelo organismo, ainda ocorrem perdas, as quais são causadas pela descamação de células epiteliais e por perda nos fluidos (lágrimas, suor e sangue, principalmente pela menstruação nas mulheres). Do total de ferro no organismo, apenas cerca 1 mg são perdidos por dia (essa perda passa para 2 mg em mulheres pré-menopausa).
Para repor diariamente essa quantidade de ferro, ingerimos em nossa dieta uma média de 13 a 18 mg de Fe/dia, porém desse quantidade ingerida, nós somos capazes de absorver somente 1 mg.
Na nossa dieta são encontrados dois tipos de ferro que somos capazes de absorver:
- O Fe hêmico ou orgânico, que se encontra ligado a uma protoporfirina, formando o grupo heme;

 
(Ferro hêmico)

- O Fe não-hêmico ou inorgânico. Esse ferro é encontrado em alimentos de origem vegetal e pode estar na forma reduzida (Fe+2) ou oxidada (Fe+3).
                Cada um desses tipos de Fe possui um metabolismo de absorção específico e que será descrito em um próximo post.


Bruna Mundim


Referência:
- Moreira, D. S.; Deficiência de vitamina A e níveis de transcrito de transportadores de ferro no intestino de ratos. 2009. Dissertação. Universidade de Brasília - UnB.
- Carvalho, M. C., Baracat, E. C. E., Sgarbieri, V. C.; Anemia Ferropriva e Anemia de Doença Crônica: Distúrbios do Metabolismo de Ferro. 2006.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Porfirina


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Vegetarianismo


O vegetarianismo consiste em um hábito alimentar, opcional ou cultural, com a eliminação de carne do cardapio. Alguns eliminam também alimentos de origem animal como leite, ovos, entre outros. Existem vários tipos de vegetariano: Semivegetariano: consiste ao não consumo de carne, contudo ingerem alimentos de origem animal (alguns comem carne branca).


Ovolactovegetarianismo: Corresponde a alimentação de origem vegetal, leite, ovos e seus derivados.                                                                                                                     

Lactovegetarianismo: Dieta composta no consumo de leite e derivados. Segue-se a exclusão de carne, ovo e derivados.

Ovolactovegetarianismo: Corresponde a alimentação de origem vegetal, leite, ovos e seus derivados.  

Lactovegetarianismo: Dieta composta no consumo de leite e derivados. Segue-se a exclusão de carne, ovo e derivados.

Ovovegetarianismo: Há o consumo de ovo, excluindo-se a alimentação de carne, leite ou derivados.

Vegetarianismo semistre: Eliminação da dieta de quase todos os alimentos de origem animal, abrange somente o mel. Segue-se o não consumo de carne.

Vegetarianismo verdadeiro: Pode ser considerado como um regime alimentar vegano. Não consumo de qualquer tipo de carne e alimentos de origem animal.


Como não possuem a ingestão de carne ou derivados de origem animal, o vegetarianos possuem uma alimentação diferenciada , pois têm que buscar fontes de nutrientes que são da carne em outros alimentos. Sua alimentação acaba se tornando rica pois consomem ótimas fontes em carboidratos, minerais e vitaminas, com exceção da vitamina B12, zinco e ácido graxo omega 3.

Embora uma dieta vegetariana regular possa fornecer proteínas necessarias, este nem sempre é o caso quando se trata de ácidos graxos. Como resultado, os vegetarianos tendem a ter niveis elevados de homocisteína a no sangue e diminuindo dos níveis de HDL. Fatores de risco para doença cardíaca e circulatórias.Contudo cientificamente de acordo com o Artigo "Dieta vegetariana e níveis de colesterol e triglicérides " ( de Simone Grigoletto De Biase; Sabrina Francine Carrocha Fernandes; Reinaldo José Gianini; João Luiz Garcia Duarte) disponivel site de pesquisa Scielo revela que a dieta vegetariana parece ter papel protetor vascular, sem subdivisão do grupo de vegetarianos, assim possuem menores valores de TG, CT e LDL em comparação com a dieta onívora.


Lewestter Melchior


Fontes:

http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/14768/geral/estilo-de-vida-vegetariano-aumenta-risco-de-desenvolver-doencas-cardiacas 

http://www.dicasdenutricao.com/2012/05/dieta-vegetariana-orientacao-de.html 

http://pt.wikipedia.org/wiki/Vegetarianismo 

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2007000100006&lang=pt 

http://www.tuasaude.com/homocisteina/